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Dicas para ajudar os alunos com autismo nas habilidades sociais

31 de Outubro de 2024
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Dicas para ajudar os alunos com autismo nas habilidades sociais

A Perturbação do Espectro do Autismo (PEA) caracteriza-se por desafios específicos que impactam sobretudo a comunicação e a interação social. Este espectro envolve diferenças nas capacidades de interpretar e responder às normas sociais e, muitas vezes, as crianças com PEA apresentam dificuldades para estabelecer laços e interagir com colegas de maneira espontânea.

É fundamental estarmos atentos para que a criança não se isole e participe nas atividades de grupo. No entanto, com estratégias específicas e um ambiente acolhedor, é possível apoiar o desenvolvimento de habilidades sociais e proporcionar interações mais naturais e enriquecedoras para estas crianças. Abaixo, partilhamos algumas abordagens que podem facilitar este processo no ambiente escolar e familiar, promovendo o bem-estar e a inclusão.

1. Aprender com vídeos e pistas visuais

Os vídeos ajudam as crianças a captar regras sociais de uma forma mais divertida. Escolha vídeos que mostrem comportamentos apropriados de uma forma clara, utilizando, por exemplo, recortes de filmes ou animações. Lembre-se de escolher vídeos adequados à idade e necessidades das suas crianças e procure recomendações específicas para garantir uma experiência mais positiva. Fique atento ao conteúdo e veja o vídeo sozinho primeiro. Além disso, utilize objetos, imagens e palavras escritas para reforçar o que foi aprendido e trazer mais clareza a toda a aprendizagem.

2. Participar em diferentes ambientes

Incentivar a interação em ambientes variados é fundamental. Quanto mais expostas a modelos sociais e interações com pares, mais as crianças desenvolvem as suas habilidades sociais. Ensine a criança a observar os outros e a entender as interações sociais ao seu redor. Esta habilidade é essencial para perceber como agir nas suas próprias relações sociais.

3. Ensinar regras sociais básicas

Ajude a criança a compreender as regras associadas a diferentes contextos sociais. Isso não só diminui o nervosismo antecipado relativo a um determinado ambiente, como reduz comportamentos inadequados. Um ambiente mais previsível é sempre bem-vindo.

4. Auxiliar transições suaves

Ajude as crianças a entender a transição entre atividades, usando, por exemplo, avisos visuais (podes ver como construir um calendário visual aqui). Algumas crianças podem ter dificuldades em mudar de um tema/atividade para outro, principalmente, quando existe um hiperfoco por um tópico específico ou apenas quando não perceberem que o assunto mudou. Esteja atento para conseguir guiar de uma forma suave as transições para outros temas.

5. Usar estratégias compensatórias

Utilize estratégias compensatórias para ajudar as crianças a aprender comportamentos adequados à sua idade. Esteja atento ao desenvolvimento infantil e ajuste as suas abordagens conforme for necessário. Saiba como construir um quadro de incentivos aqui!

6. Usar vocativos

Ajude as crianças a usarem o nome do adulto ou um vocativo antes de iniciar a conversa. Para aquelas que não verbalizam, ensine maneiras de chamar a atenção, como um toque no braço ou no ombro.

7. Criar oportunidades de interação

Proporcione ambientes onde os alunos possam interagir com outros colegas da mesma idade. Encoraje constantemente para a interação e estimule o aluno a participar nos clubes escolares, numa equipa de desporto ou num grupo de música, tendo em conta os seus principais interesses. Assim, a convivência com outras crianças torna-se muito mais natural.

8. Incentivar os jogos em grupo

Organize jogos que explorem a interação, comunicação e a expressão de desejos. Incentive, também, a participação em jogos cooperativos, uma vez que estes momentos de colaboração podem fortalecer laços e criar um ambiente de apoio mútuo entre todas as crianças. Temos aqui algumas sugestões de jogos para fortalecer as habilidades sociais.

9. Apoiar a criação de amizades

Promova encontros entre os alunos e mostre a importância dos amigos e de como cultivar essas amizades. Pode, também, realizar atividades que explorem as qualidades de um bom amigo, pois isso ajuda a criar uma compreensão mais profunda sobre os relacionamentos e a empatia.

10. Utilizar atividades de interesse

Proporcione opções de brincadeiras durante o recreio que sejam do interesse do aluno. Isto facilita a interação e torna os momentos de lazer mais agradáveis. Também é possível, mesmo em atividades mais formais, que sejam utilizados personagens e temas do interesse do aluno e isso traz uma maior abertura à atividade.

11. Entender as emoções

Ajude os alunos a nomear e reconhecer emoções e expressões faciais, utilizando uma comunicação direta, mas também a linguagem corporal. Compreender as emoções é a chave para uma comunicação eficaz entre todos.

12. Conviver com outras crianças

Estar com outras crianças de idade próxima, sejam familiares ou colegas de outros núcleos/contextos, como, por exemplo, de atividades extracurriculares, para que a criança se possa experimentar na relação com pessoas diferentes das habituais. É importante monitorizar esta interação, mediando e intervindo sempre que for necessário, mas sem tirar a espontaneidade e liberdade da criança, assim como permitir que as outras possam, também, iniciar o contacto e as brincadeiras. Assim, pode garantir que todos se sintam mais à vontade e aproveitem ao máximo a experiência.

Com estas estratégias, podemos tornar o ambiente escolar e familiar mais inclusivo e acolhedor, promovendo interações que enriquecem a vida de todos os alunos. Vamos juntos fazer a diferença!

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