A parentalidade positiva oferece ferramentas que ajudam muito no dia a dia com as crianças. Queremos que as novas gerações tenham habilidades críticas, capacidade analítica e inteligência emocional. Isto só é possível com uma educação que veja a criança como um indivíduo digno de respeito. Para que isso aconteça, também é preciso que os pais se consigam autorregular e expressar da melhor forma que conseguirem. Aqui estão algumas dicas:
Acalme a sua resposta ao stress
A nossa resposta ao stress de lutar-fugir-congelar dificulta muito o acesso às partes lógicas, empáticas e de resolução de problemas do cérebro. Antes de agir com a criança num momento mais complicado, acalme-se primeiro! As crianças aprendem a autorregulação quando observam que os seus pais são autorregulados. Verbalize: "Isto não é um ataque pessoal"! Na maioria das vezes, podemos tirar um momento para respirar e para nos acalmarmos, para que possamos escolher uma resposta ponderada, em vez de reagir no piloto automático. A melhor forma de aumentar o tempo de resposta, ou seja, diminuir a reatividade, é através da meditação. Conheça algumas práticas de Mindfulness aqui.
Descreva o que vê sem julgamento
Quando descreve os eventos ou situações sem julgar, está a tornar o problema explícito para todos. Pode descrever o ambiente, as pessoas e os seus sentimentos, por exemplo: "Estou a ver que estás muito chateado, está ali um brinquedo partido e o teu irmão está a chorar e está zangado. Que situação difícil!"
Fique curioso e ouça
As crianças não se estão a descontrolar de propósito. Muitas vezes, pode até ser uma reação fisiológica. Em vez de as culpar, fique curioso: O que aconteceu? Quais eram as necessidades que o seu filho estava a tentar atender? Seja um ouvinte atento e curioso para o seu filho!
Ajude o seu filho a acalmar-se
O seu filho pode precisar de "pegar emprestada" a sua calma. Ele pode precisar de um abraço ou que respirem um pouco juntos. Podem acalmar as respostas dele ao stress juntos. Não tente resolver os problemas até que todos estejam calmos.
Não se cobre demasiado
Somos todos humanos e estas situações geralmente são desafiantes. É melhor fazer uma pausa e afastar-se da situação do que gritar com o seu filho. Diga em voz alta: "Preciso de um momento para me acalmar, porque consigo sentir a agitação no meu corpo. Já volto." Oferecer compaixão a si mesmo é difícil, mas vai ajudá-lo a lidar melhor com o seu filho. Lembre-se que as emoções são disparos hormonais no nosso complexo sistema corporal. Esses disparos podem ser comparados às ondas do mar. As emoções são como ondas, vêm e vão. Elas não são eternas. Quando elas surgem, dependendo do seu tamanho e intensidade, o nosso barco poderá responder ao seu efeito com muitos ou poucos balanços. Assim, podemos ensinar às nossas crianças que "Eu sou o barco, não sou a onda. As ondas passam, o barco fica".
Ensine e converse sobre isso
Como o seu filho se estava a sentir? O que é que ele estava a pensar? O que é que ele poderia fazer da próxima vez? O que é que ele precisa de aprender? Pense em si mesmo como um treinador, em vez de alguém que tem que obrigar um determinado comportamento. Inclua o seu filho no processo de resolução de problemas. É assim que eles aprendem melhor.
Abaixe-se para que os seus olhos e os olhos da criança fiquem à mesma altura. Acene com a cabeça, demonstrando que está interessado e a acompanhar o que ele está a dizer. Seja caloroso. A base da aprendizagem deve ser sempre o amor e a aceitação. O amor saudável só constroi e transforma as pessoas e o mundo à sua volta.
Em momentos de comportamento difícil, como em casos de birra, é fundamental que os pais adotem uma abordagem positiva, reconhecendo que estas reações são parte do desenvolvimento da criança. Ao validar os sentimentos da criança e oferecer orientação com empatia, os pais podem ajudar os seus filhos a entender e expressar as suas emoções de uma maneira saudável. Esta prática não só fortalece o vínculo entre pais e filhos, mas também ensina habilidades essenciais para a vida, como a resolução de conflitos e a autorregulação, preparando as crianças para se tornarem indivíduos mais seguros e autónomos.