Dúvidas Comuns
Perguntas e Respostas
É fundamental não ignorar os sinais de desenvolvimento atípico em crianças. Consultar um profissional de saúde, como um pediatra, pedopsiquiatra ou psicólogo, pode fornecer esclarecimentos importantes e, caso seja necessário, conduzir a uma intervenção adequada. O diagnóstico precoce é crucial para iniciar as terapias e aumentar as hipóteses de um desenvolvimento saudável. É importante aproveitar as janelas de intervenção no desenvolvimento infantil já que são períodos valiosos durante os quais as crianças estão mais propensas a aprender e desenvolver habilidades específicas.
As janelas de desenvolvimento, também conhecidas como janelas de oportunidade ou intervenção, são períodos críticos durante a primeira infância em que o cérebro da criança está especialmente mais recetivo a aprender e a desenvolver certas habilidades. Durante esses períodos, o cérebro é mais "plástico", ou seja, tem uma maior capacidade de se reorganizar e formar novas conexões neurais em resposta a estímulos e experiências que podem trazer um impacto duradouro no desenvolvimento da criança, influenciando seu desempenho futuro em várias áreas.
Existem etapas/marcos no desenvolvimento, que servem para nos guiarmos quando falamos do desenvolvimento de um bebé ou criança, para percebermos se o nosso filho está dentro da média dos restantes, no que toca a um crescimento saudável e expectável. Contudo, cada caso deve ser analisado de forma individual, pois cada pessoa tem o seu ritmo e cada criança é única. No entanto, é possível analisar em que tipo de contexto esse bebé e/ou criança está inserido, pois existem ambientes mais estimulantes do que outros, assim como brinquedos e pessoas ao redor. Vários são, então, os fatores que podem influenciar um desvio nos marcos estipulados.
Todas as crianças precisam de dormir, mas nem todas têm necessidade do mesmo número de horas para terem um sono reparador. Existem, claro, pontos de referência para cada idade, ainda que depois variem de pessoa para pessoa. Estima-se então que as horas diárias para cada faixa etária são:
Recém-nascido (0-3 meses): 14-17 horas
Lactente (4-11 meses): 12-15 horas
Criança pequena (1-2 anos): 11-14 horas
Pré-escolar (3-5 anos): 10-13 horas
Criança em idade escolar (6-13 anos): 9-11 horas
Adolescente (14-17 anos): 8-10 horas
Jovem adulto (18 anos): 7-9 horas
No caso de perceberes que o teu filho anda mais cansado, sonolento, impaciente, que não se consegue concentrar, ou que os horários de referência estão longe da sua realidade, vale reforçar a importância de procurares um profissional para analisar o seu caso em específico.
Ter um filho com necessidades especiais não significa necessariamente que terás outro filho com as mesmas condições. A probabilidade de ter outro filho com necessidades especiais depende de vários fatores, incluindo a natureza da condição do primeiro filho, suas causas e quais são os fatores genéticos envolvidos. Atualmente, muito se fala, inclusive, da epigenética, ou seja, das mudanças na expressão dos genes causadas por fatores externos, como o ambiente ou o estilo de vida, sem alterar a sequência genética em si, mas a expressão dela. Por exemplo, uma criança pode nascer com o gene suscetível a ter diabetes ao longo da sua vida, no entanto se possuir hábitos saudáveis de alimentação e prática regular de exercício físico é bem possível que tal gene nunca se manifeste.
A Perturbação do Espectro do Autismo (PEA) não é considerada uma doença, mas sim uma condição que afeta o desenvolvimento do cérebro, ou seja, é uma perturbação neurológica e neurodiferenciada que acompanha a pessoa toda a vida. Uma pessoa autista sente e vive o mundo de uma forma diferente e única. Apesar de não ser uma doença e, portanto, não fazer sentido falar de uma cura, há medicamentos que contribuem significativamente para atenuar estereotipias e outros sintomas. Além disso, intervenções terapêuticas multidisciplinares podem colaborar para um melhor desempenho e ganho de habilidades sociais.
Sim, as crianças podem ter depressão. Embora muitas vezes se associe a depressão a adultos, crianças e adolescentes também podem ser afetados por esta condição. A depressão infantil pode manifestar-se de uma forma diferente da dos adultos, mas é igualmente séria e merece atenção e tratamento adequados.
Sinais de Depressão em crianças e adolescentes:
- Mudanças de humor: Tristeza persistente, irritabilidade, ou mudanças bruscas de humor.
- Isolamento social: Perda de interesse em atividades que antes eram agradáveis, ou afastamento de amigos e família.
- Alterações no apetite e sono: Dificuldade para dormir, pesadelos frequentes, ou sono excessivo; falta de apetite ou alimentação em excesso.
- Dificuldade de concentração: Problemas em prestar atenção, queda no rendimento escolar, ou perda de interesse pela escola.
- Fadiga: Sensação constante de cansaço ou falta de energia.
- Sentimentos de inutilidade ou culpa: Autoestima baixa, sentimentos de culpa sem justificativa ou desvalorização.
- Comportamento autodestrutivo: Expressões de falta de esperança, autoagressão ou estar sempre a falar da morte.
Se notares esses sinais numa criança é essencial procurares ajuda profissional. Psicólogos, psiquiatras e pediatras podem avaliar e ajudar a criança a entender o que se está a passar e a oferecer intervenções adequadas. A depressão é tratável e, com o apoio certo, a criança pode recuperar e voltar a ter uma vida saudável e feliz.
A irritação do teu filho ao retirares-lhe o telemóvel pode ser um sinal de frustração devido à interrupção de uma fonte constante de estímulo ou prazer. Embora a tecnologia faça parte do nosso quotidiano, é crucial monitorizar e limitar o seu uso para evitar uma dependência excessiva dos ecrãs. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda restrições específicas para o uso de dispositivos tecnológicos na infância: menores de 2 anos não devem ter acesso a ecrãs; entre os 2 e os 5 anos as crianças devem ter o limite de 1 hora por dia; e entre os 6 e os 10 anos, idealmente, não devem exceder as 2 horas diárias. Além disso, os pais devem estar atentos ao tipo de conteúdo que os filhos consomem e considerar o uso de aplicações que bloqueiem conteúdos impróprios e limitem o tempo de acesso ao ecrã.
Parentalidade consciente é como caminhar pela vida com mais atenção e intenção, tanto nos momentos fáceis quanto nos desafiantes. Não se trata de estar alerta 100% do tempo, pois é através dos erros e dos descuidos que também crescemos. Mas sim, sobre cair menos e, quando cairmos como nos levantarmos mais fortes. A parentalidade consciente foca-se em criar uma relação mais empática, compreensiva e respeitosa com os nossos filhos. Se conhecermos as pedras que podem surgir no nosso caminho podemos sempre tentar desviarmo-nos delas.
Para usufruir de uma parentalidade consciente, é fundamental que os pais olhem para si mesmos, para as suas questões pessoais e traumas, reconhecendo a importância de se curarem e encontrarem novas formas de se relacionar. Ao cuidarem de si próprios conseguem criar um ambiente mais equilibrado e amoroso, permitindo que tanto eles quanto os seus filhos cresçam de forma saudável e feliz.
A Parentalidade Consciente é uma abordagem que incentiva o autoconhecimento, ao mesmo tempo que reconhece e valoriza a individualidade de cada criança. Este equilíbrio fortalece o vínculo afetivo e de confiança entre pais e filhos, promovendo uma comunicação mais aberta, empática e respeitosa em relação às necessidades de cada um. Quando praticas a parentalidade consciente estás mais presente, não apenas fisicamente, mas emocionalmente, nos momentos do dia a dia. Isso permite-te responder às necessidades emocionais e comportamentais dos teus filhos de forma mais calma e ponderada. Além disso, ao compreenderes melhor os teus próprios sentimentos, limites e reações, consegues gerir o stress e os conflitos de maneira mais eficaz, criando um ambiente familiar mais harmonioso e seguro. Com o tempo, essa prática ajuda a desenvolver uma relação mais profunda e saudável.
A saúde mental dos pais tem um impacto profundo no desenvolvimento emocional das crianças. Se os pais enfrentam desafios emocionais como stress, sobrecarga, ansiedade ou depressão não tratados podem ter dificuldade em responder de forma adequada às necessidades emocionais dos filhos. Isso pode levar a comportamentos inconsistentes, falta de paciência ou até afastamento emocional, o que pode afetar o desenvolvimento da criança, tornando-a mais propensa a dificuldades emocionais, como insegurança, ansiedade e problemas de comportamento.
Cuidar da própria saúde mental é essencial. Pais emocionalmente disponíveis criam um ambiente positivo que promove o bem-estar emocional dos filhos, um espaço seguro e acolhedor, onde as crianças se sentem protegidas e apoiadas. Isso leva ao desenvolvimento de uma autoestima saudável, gera confiança e capacidade de formar relações seguras.
A rotina oferece uma sensação de segurança à criança ao proporcionar previsibilidade e estrutura ao longo do dia, o que ajuda a criar um ambiente estável e confiável. Além de promover o sentido de responsabilidade através da participação ativa nas tarefas diárias, a rotina pode ser especialmente benéfica para crianças pequenas. Utilizar, por exemplos, um calendário visual para ilustrar a sequência de eventos e rituais diários – como as refeições, o banho, o sono, e as atividades escolares – facilita a compreensão e a autonomia da criança. Isso também ajuda a perceber a consistência nos horários e nos momentos de lazer. É importante lembrar, no entanto, que a rotina não deve ser confundida com rigidez. Embora seguir uma rotina seja recomendado, é igualmente necessário manter flexibilidade para lidar com imprevistos e mudanças inesperadas, garantindo um equilíbrio saudável entre estrutura e adaptabilidade.
Ensinar o teu filho a expressar as suas emoções de forma saudável é essencial para o seu desenvolvimento emocional e social. Começa, tu, por seres um exemplo de expressão emocional adequada, demonstrando como lidas com os teus próprios sentimentos de maneira construtiva. Utiliza uma linguagem simples e adequada à idade para falar sobre emoções, ajudando a criança a identificar e nomear o que está a sentir. Podes, por exemplo, dizer: "Parece que estás frustrado porque não conseguiste resolver o quebra-cabeças. É normal sentires-te assim às vezes."
É importante criar um ambiente seguro onde a criança se sinta confortável para expressar os seus sentimentos sem medo de ser julgada, todas as emoções são válidas e fazem parte da experiência humana. Envolve-a em atividades que ajudem a canalizar as emoções, como desenhar, escrever ou praticar desporto. É fundamental encontrar formas adequadas de lidar com cada emoção. Além disso, oferece sempre apoio e validação, mostrando que estás disponível para ouvir e ajudar sempre que for necessário.
Para gerir comportamentos desafiantes em crianças, é essencial manter a calma e responder com tranquilidade, para não intensificar a situação. Estabelecer regras claras ajuda a garantir que a criança compreenda as expectativas e as consequências associadas. O uso de reforço positivo, como elogio e a recompensa, pode incentivar comportamentos adequados. Implementar um "tempo para acalmar" permite que a criança se recupere emocionalmente antes de abordar o seu comportamento. Além disso, envolver a criança na resolução de problemas pode ajudar a identificar causas e soluções alternativas. Se necessário, consulta um profissional para orientação adicional.
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